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terça-feira, maio 30, 2006

PORTUGAL

A presença da selecção portuguesa no Mundial da Alemanha está sendo vivida com grande otimismo entre os portugueses. Nós apontamos frequentemente a equipa como uma das possíveis candidatas ao título.

Para este estado de espírito contribuiu muito a excelente fase de alguns jogadores portugueses em clubes estrangeiros – sobretudo Cristiano Ronaldo e Deco – bem como, a ainda viva recordação da Euro 2004.

Na qual, Portugal, jogando em casa, conseguiu ser finalista de uma grande competição internacional pela primeira vez na sua história (e fez esquecer o Mundial 2002), feito que foi seguido por uma qualificação bastante fácil para este Mundial, não qual, não perdeu nenhum jogo e, dentre outros resultados, goleou a Rússia por 7-1.

Entretanto, ao analisar objectivamente a “Selecção das Quinas”, parece precipitado integrá-la entre as principais favoritas, dada a enorme qualidade de equipas como o Brasil, Argentina, Inglaterra ou França, sem esquecer a anfitriã Alemanha. Uma presença nas semi-finais já seria um êxito, e igualaria a melhor classificação de nossa história, conseguida com Eusébio em 1966, naquele que foi o ponto mais alto de todo o historial do futebol luso.

A convocação feita por Scolari não agradou a todos, sobretudo por deixar de fora Ricardo Quaresma, hábil extremo do F.C.Porto e um dos melhores jogadores da Liga Portuguesa. Quaresma, ofuscado na equipa principal por Figo e Cristiano Ronaldo, ficou entregue à equipa sub-21 que disputa o Europeu precisamente em Portugal e que, diga-se, não está a correr nada bem à selecção da casa. Esta ausência trouxe a antipatia dos torcedores do clube nortenho, já pouco simpáticos ao selecionador brasileiro em virtude da sua insistência em não convocar o guarda-redes Vítor Baía desde os tempos do Europeu de Portugal.

Á exceção dos portistas, pode-se no entanto dizer que os portugueses, de uma forma geral, estão com Scolari e esperam que ele possa continuar a dar alegrias ao país.

O selecionador brasileiro adoptou uma filosofia a qual os torcedores lusos não estavam muito habituados, chamando, não os jogadores em melhor forma, mas antes constituindo um grupo fixo com poucas mexidas (baseado na equipa que disputou o Euro) e que garante uma coesão e um espírito de grupo assinaláveis. Assim se entende a chamada de jogadores que não têm praticamente sido utilizados nos últimos meses, como Hugo Viana (Valência), Quim (terceiro guarda-redes do Benfica), Helder Postiga (St.Etienne), Costinha (sem clube), Ricardo Costa (F.C.Porto) e Maniche (Chelsea).

O esquema táctico português não vai apresentar qualquer surpresa. Será basicamente um 4-2-3-1.

Na baliza da equipa portuguesa estará Ricardo (Sporting), um pouco apreciado pelo público devido ao caso acima referido e também devido a algumas falhas em partidas do seu clube. É um guarda-redes muito forte entre as traves, mas que deixa a desejar no jogo aéreo.


O quarteto defensivo sofreu uma baixa importante com a grave lesão do titularíssimo Jorge Andrade (Corunha), neste momento ainda não se sabe como será suprida, havendo três candidatos: Fernando Meira (Stuttgart), Ricardo Costa (F.C.Porto) e Marco Caneira (Valência). Ao lado de um destes jogadores estará o central Ricardo Carvalho do Chelsea (transferido há dois anos do F.C.Porto por trinta milhões de euros). Nos restantes lugares Paulo Ferreira, lateral direito do Chelsea parece levar vantagem sobre Miguel (Valência), e Nuno Valente (Everton) será certamente o titular do lado esquerdo.

No meio campo existem algumas dúvidas, resultantes do precário estado de forma de Costinha (rescindiu com o Dínamo de Moscovo e não joga há seis meses) e de Maniche (pouco utilizado no Chelsea), duas das traves mestras da equipa do Euro. Para os seus lugares perfilam-se como alternativas Petit (médio defensivo muito agressivo do Benfica) e Tiago (centrocampista tipo “box to box” do Lyon e em grande forma). Como médio mais adiantado Deco (Barcelona) não tem alternativas e só em caso de lesão não será titular.No ataque não deve haver surpresas com Figo (Inter) e Cristiano Ronaldo (Manchester United) nos flancos e o goleador Pauleta (Paris St-Germain e melhor marcador da história da Seleção Portuguesa) bem na frente. Como boas alternativas de banco existem ainda Luís Boa Morte (extremo esquerdo do Fulham), Simão Sabrosa (grande estrela no Benfica, mas raramente feliz na selecção) e Nuno Gomes (experiente goleador também do Benfica).

* O texto é escrito excepcionalmente por uma pessoa que não integra o DiLEtra. O Motivo é simples, Luis Fialho é português e ninguém melhor para falar da Seleção Portuguesa do que um genuíno habitante do país.
Ele também escreve para o blog www.vedetadabola.blogspot.com